Espaço para troca de ideias para professores e estudantes de Arte Educação, contribuindo para a valorização por parte dos professores de arte em sua formação em Arte Educação, colaborando na reflexão e apreciação desse universo inesgotável da sala de aula, vivências, oficinas e estudos, visando o prazer no percurso para se educar na Arte, afim de despertar o desejo pelo tema e para diminuir os receios em torno dele, transformando-o em algo sedutor e mágico.
domingo, 25 de setembro de 2011
Depoimento prof. Everton ("Mundo Mágico") formador PLPK
"Uma das atividades realizadas no último encontro de formação do Projeto Paralapracá realizado no último dia 09 de setembro, foi a confecção de instrumentos sonoros, visto que o eixo a ser desenvolvido é o Assim se canta.Durante o processo de criação do instrumento sonoro escolhido por mim,chamou-me a atenção o aproveitamento de material de sucata para a confecção do mesmo,no caso em específico a parte interna dura do coco,na qual decorre o nome do instrumento,a “conga”.Para que o instrumento fique mais interessante e chame mais a atenção das crianças,decidi pintá-lo com tinta guache de diversas cores,inserindo nessa atividade,aspectos do eixo “Assim se faz Arte”. Quando da experimentação do mesmo para todo o grupo, pôde-se observar os diversos timbres advindos do contato entre as partes do instrumento e também as diversas formas de utilizá-lo em sala de aula com os alunos, sendo também excelente recurso sonoro em contação de histórias, utilizado em conjunto com outros instrumentos musicais,bem como em aulas que envolvam o tema música,explorando as diversas características do som."
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
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É preciso estimular a produção artística desde cedo
Estimular a produção artística proporciona as condições para identificar marcas pessoais na hora de criar e de apreciar obras de arte
Marisa Szpigel (novaescola@atleitor.com.br)
Marisa Szpigel | Estimular a produção artística proporciona as condições para identificar marcas pessoais na hora de criar e de apreciar
Foto: Rogerio Pallatta
Desde muito cedo, o mundo é um campo de investigação para as crianças. Tudo vira objeto de investigação. Mole, duro, fino, grosso, macio, áspero, pequeno, grande. Os olhos e as mãos se movem rapidamente - e narizes, orelhas, cabelos, óculos, brincos, chaves e chocalhos estão entre os "alvos" prediletos. E tudo passa pela boca. Nessa fase de descoberta, cabe aos adultos sinalizar o que pode ser experimentado. Na Arte, a experimentação é fundamental e esse espírito deve ser estimulado. Sabemos que os pequenos não fazem Arte porque não têm a intenção de fazê-lo, mas o educador bem preparado pode realizar um bom trabalho. É freqüente na Educação Infantil focar os procedimentos. Ao potencializar as possibilidades de meios, suportes e ferramentas, fica mais fácil identificar marcas pessoais.
A tônica entre 1 e 2 anos é o movimento. Nessa fase, valem diversos suportes: superfícies lisas e ásperas, grandes e médias, bidimensionais e tridimensionais etc. A criançada pode pintar sobre paredes, azulejos, tecidos, plásticos... O mesmo vale para a posição: sentado, em pé, deitado, com o papel na vertical (na parede) ou na horizontal (na mesa ou na chão). Apontar as diferentes maneiras de ocupar o espaço pode contribuir para que todos se lancem em novas pesquisas.
Entre os 2 e 3 anos, os pequenos apreciam cada vez mais coordenar o prazer motor com o prazer visual, ou seja, ver o resultado de seus gestos e movimentos. Em alguns casos, eles anunciam o que vão desenhar: um super-herói, um bicho, a mãe. Isso não significa que cumprirão essa intenção. Nessa idade, o interesse está no como fazer, não no que fazer. As cores têm muitos significados e os suportes podem sugerir formas. O desenho vai se desemaranhando e a pintura passa a apresentar massas de cor separadas. O momento é de favorecer os avanços tanto em direção à figuração como à não-figuração.
Enquanto as crianças exploram, os educadores devem socializar as descobertas para que as trocas ocorram. Quando o adulto comenta o que os pequenos fazem, legitima e valoriza as conquistas, além de comunicar aos outros que eles também podem experimentar possibilidades. Os procedimentos também precisam ser considerados: ensinar desde cedo a usar a colher para comer e o pincel para pintar. Da mesma forma, a sopa serve para comer e a tinta para pintar. Nessa fase, não é bom apresentar a escova de dentes como uma ferramenta de pintura, pois a criança primeiro precisa conhecê-la em sua função original.
As propostas, na maioria das vezes, devem ser individuais, pois as crianças não trabalham em grupo, mas lado a lado. Como o processo é mais importante que o produto, está totalmente liberado fazer e desmanchar. Nem tudo precisa ser exposto, mas algumas produções podem ser colocadas em murais baixos, para revelar a importância de apreciar. As próprias crianças nos mostram como o olhar faz sentido. Hoje, a quantidade de estímulos visuais é muito grande e um modo de ajudá-las a conhecer e selecionar o que lhes interessa é criar situações de observação e conversa partindo de imagens, como reproduções de obras, fotos, vídeos, postais, slides, transparências, desenhos e pinturas infantis. Observar imagens de artistas em seus ateliês, na relação com diferentes materiais, ajuda a ampliar as referências como apreciadoras de Arte e nas produções próprias.
Marisa Szpigel é formadora de professores em Arte e coordenadora do educativo do Instituto Moreira Salles, em São Paulo
NOVAESCOLA - Publicado em , Agosto 2007